28 de abril de 2015

Whiplash (Whiplash: Em Busca da Perfeição)

 
Gênero: Drama/Musical
Distribuidora: Sony Pictures Classic
Produtoras:
Bold Film
Blumhouse Productions
Right of Way Films
Diretor: Damien Chazelle
Orçamento: $3.3M
Ano de Lançamento: 2014



Deve ter spoilers mas não contará todo filme.

            Whiplash é o tipo de filme que provavelmente passaria despercebido se não tivesse ganhado alguns festivais ou concorrido e ganhado algumas estatuetas no Oscar. Mas apesar disso Whiplash é um excelente filme que merece ganhar toda a crítica positiva que tem recebido.

            O filme ganhou três estatuetas no Oscar, e todas elas totalmente merecidas: Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Mixagem de Som e Melhor Edição. Quanto aos prêmios mais importantes pelo qual estava concorrendo como melhor Roteiro Adaptado, na minha visão o roteiro do vencedor The Imitation Game realmente é melhor do que o do Whiplash. Porém se elevarmos o nível para o de Melhor Filme, Whiplash é mais filme que The Imitation Game e Birdman, que apesar de ser um excelente filme tem provado que a estatueta que levou de Oscar de melhor filme foi muito mais por uma questão da Academia gostar de se enxergar dentro de um filme, assim como ocorreu com The Artist anos atrás.
           
            Whiplash mostra a relação entre Andrew Neiman (Miles Teller), e o seu professor de Jazz, Terence Fletcher (J. K. Simmons). Fletcher busca a perfeição dos seus alunos fazendo com que eles passem dos limites, porém isso pode levar a consequências inimagináveis.

            O grande sonho de Andrew é ser um baterista aclamado de Jazz, por conta disso ele entra na melhor escola de música dos Estados Unidos e consegue entrar na classe do seu ídolo Terence Fletcher, um dos melhores da sua área.

            Porém a relação de ambos nunca foi tranquila, percebendo o potencial de Andrew, Fletcher sempre fazia com que ele ultrapasse todos os limites e até mesmo perdesse a sua humanidade. O filme mostra várias vezes Andrew sangrando e suando ao treinar com a sua bateria, mostrando que ele estava ultrapassando todos os limites possíveis da sua humanidade.

            Andrew também abriu a mão de um amor, Nicole (Melissa Benoist), para seguir atrás do seu sonho e a chance de praticar ainda mais. Para ele Nicole seria uma distração naquele momento e ele não queria ter nada que o fizesse perder o foco no seu grande objetivo.

            Um dos momentos mais icônicos do filme é no momento em que a banda no qual Andrew fazia parte iria tocar num festival em outra cidade. Ele acabou tendo um problema com um ônibus e precisou alugar um carro, porém havia esquecido suas baquetas na locadora de veículos, e precisou voltar para busca-las.  Porém no caminho de volta o mesmo sofreu um acidente automobilístico e apesar disso, ele vai até o local do festival tocar desarrumado e sangrando. Fletcher, sem nenhum resquício de humanidade, o expulsa da banda fazendo com que Andrew exploda de raiva e tente agredi-lo.

            O pai de Andrew, Jim (Paul Reiser), percebendo todo o estrago que Fletcher fez com o seu filho, propôs que eles entrassem com uma ação contra ele para tira-lo da escola no qual lecionava, e eles tiveram êxito na sua empreitada, pois um dos antigos alunos de Fletcher havia cometido suicídio a pouco tempo por conta de toda a pressão que o mesmo sofreu de Terence.

            Não contarei o final do filme para não perder toda a graça, mas os últimos 10 minutos devem ser não apenas vistos, mas também ouvidos com toda a atenção possível. Além disso, ajuste o seu som para que ele tenha uma qualidade superior. Um final forte, simples, e que explica tudo aquilo que o filme contou, sem muitos rodeios ou grandes explicações.
           
            As atuações de J.K. Simmons e Miles Teller foram extremamente competentes e convincentes, sendo que o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante para o Simmons, como dito no inicio do texto,  foi totalmente merecido.

            Whiplash é um filme para ser visto sem interrupções, por tanto guarde seu celular, feche seu Facebook, ou qualquer outra coisa que possa atrapalhar sua concentração. Tanto Andrew quanto Fletcher agradecerão pelo o foco que você disponibilizará.

            Avaliação: 87/100



 

24 de abril de 2015

Avengers: Age of Ultron (Vingadores: Era de Ultron)




Gênero: Ação
Distribuidora: Walt Disney Studios
Produtora: Marvel Studios
Diretor: Joss Whedon
Orçamento: $250M
Ano de Lançamento: 2015




Lotado de Spoilers.

            Não falarei sobre o filme em ordem cronológica, então não espere que eu fale coisas que aconteceram no começo do filme primeiro e só depois comente sobre coisas que acontecem no fim do mesmo.

            Esse filme mostra o motivo pelo qual a Marvel tem ganhado tanto dinheiro com seus filmes, ela promete muito, faz um marketing tremendo, deixa a expectativa das pessoas no ápice e consegue entregar aquilo que esperamos ou até mais como foi o caso de Guardiões da Galáxia ou Capitão América: Soldado Invernal. Avengers: Age of Ultron consegue atingir todas as expectativas que tínhamos antes do filme começar.

            Não fique esperando no cinema até a cena pós-crédito, não existe cena pós-crédito. A única cena que existe é após os créditos iniciais, onde mostra o Thanos falando que ele vai precisar resolver as coisas por ele mesmo, ou seja, nada de Spider Man como muitos esperavam.

            Uma das coisas que mais me impactaram positivamente nesse filme foi à presença e a importância massiva que o Vision (Paul Bettany) deve no filme, desde o inicio do filme quando ele ainda era o Jarvis, o super computador do Tony Stark (Robert Downey Jr), até ele virar o androide Vision. O Vision foi um dos pontos fortes desse filme. Em minha opinião, tanto a roupa dele, quanto a atuação do Paul Bettany colaborou muito para isso.

            Outra característica importante é que eles não explicaram sobre alguns personagens que não são Vingadores como é o caso do Falcon (Anthony Mackie), do War Machine (Don Cheadle), você já deveria conhecer ele dos outros filmes do universo Marvel.

            Porém nem tudo é perfeito, caso você não seja nenhum perdido sabe que tanto a Scarlet Witch (Elizabeth Olsen) e o Quicksilver (Aaron Taylor-Johnson) são X-Men e não “aprimorados” como a Marvel colocou no filme. O que acontece é que a Marvel apesar de fazer as HQs dos X-Men não tem os direitos deles no cinema que está com a Fox. Bem que a Marvel poderia entrar em acordo com a Fox e poder utilizar mais personagens e usar o nome X-Men nos filmes de sua propriedade, assim como eles conseguiram negociar com a Sony a presença do Spider Man que tem sua estreia prevista para o próximo Capitão América.

            A ideia de contar o background dos dois Avengers que não tem filmes próprios Black Widow (Scarlett Johansson) e Hawkeye (Jeremy Renner) foi excelente. Foi possível conhecer mais sobre a vida dos personagens e o seu passado e aumentando a importância dos mesmos dentro do grupo.

            Os alívios cômicos do filme são bem trabalhos como o no caso do martelo do Thor (Chris Hemsworth) onde os outros Avengers tentam tirar o martelo da mesa no inicio do filme, mas não conseguem, porém o Vision consegue pegar ele e ainda brincar com a estabilidade do mesmo no final do filme, tanto as falas como as reações fazem você dar uma boa risada.

            Importante também salientar a relação existente entre a Romanoff/Black Widow e o Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo) desde o inicio do filme onde ela consegue fazer com o Hulk se acalme e volte a ser Bruce Banner. Além do amor velado de ambos durante todo o filme.

            Falando sobre o Hulk, a batalha dele com o Hulkbuster comandada pelo Tony Stark é fantástica, cheia de destruição e com uma ação impactante. Só para constar, Hulk já tem um temperamento um tanto quanto incontrolável, porém a Scarlet Witch entrou na cabeça dele alterando ainda mais o comportamento do Hulk.
           
            A primeira cena do filme com todos os Avengers tentando recuperar o cetro do Loki que foi roubado pela Hydra após a queda da S.H.I.E.L.D foi uma das melhores de todo o filme. Essa cena já introduziu a Scarlet Witch e o Quicksilver, porém ambos eram inimigos dos Avengers nesse momento devido a algumas coisas que aconteceram no passado, essencialmente em relação ao Tony Stark.

            Ultron (James Spader) o grande vilão desse filme foi uma cria do Tony Stark como já sabíamos desde os trailers, mas, além disso, ele também obteve uma grande ajuda do Bruce Banner e do cetro do Loki para que isso ocorresse.  

            Ultron foi um vilão convincente do inicio ao fim do filme, desde a primeira luta na festa, passando com as lutas travadas com o Iron Man e com o Captain America (Chris Evans), até as lutas finais e os embates que ele teve como Vision. Lembrando que o Ultron não é uma entidade em si, bem diferente de Loki. Por isso que os Avengers apenas começam a derrotá-lo depois que o Vision desconecta o Ultron da Internet, limitando o número dele para os androides que estavam na cidade russa.

            Impossível também não comentar sobre as joias do infinito, o cetro do Loki era possuidor de uma delas, a joia da mente, ajudando a criar o Ultron, mas também o Vision que ficou com a posse da mesma no final do filme. Mais uma vez ficou extremante claro que quem vai unir todo esse Universo Marvel será o Thor, pois ele é o único que tem um conhecimento mais elevado dessas joias.

            Como a maioria já deve saber o Quicksilver morre no fim desse filme, após salvar o Hawkeye e uma criança, ele é atingido por uma nave pilotada pelo Ultron e morre.

            E o Nick Fury (Samuel L. Jackson) o que ele faz? Primeiramente na casa do Clint Barton ele instiga os Avengers a continuarem a lutar contra o Ultron, pois eles estavam levando uma surra do mesmo, e no final do filme ele chega com uma nave gigante para salvar os civis da luta entre os Avengers e o Ultron.

            Avengers: Age Of Ultron encerra a fase dois da Marvel do cinema. Agora esperar a nova fase que promete ser ainda melhor com Civil War, Ragnarok, Infinitiy War, entre outros filmes.

Avaliação: 90/100

                              

22 de abril de 2015

Birdman: Or (The Unexpected Virtue of Ignorance) / Birdman: ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)



Gênero: Drama/Comédia
Distribuidora: Fox Searchlight
Produtoras:
New Regency Pictures
M Prods
Grisbi Productions, Le
TSG Entertainment
Worldview Entertainment
Diretor: Alejandro González Iñárritu
Orçamento: $22M
Ano de Lançamento: 2014



            Pode conter spoilers.

            Antes de tudo vamos ao primeiro esclarecimento sobre esse filme, esse não é o filme sobre os 12 anos. O filme que foi filmado durante 12 anos é Boyhood e não Birdman. Segundo, não farei uma análise mais aprofundada sobre o merecimento ou não desse filme em ganhar  a estatueta do Oscar de melhor filme nesse ano.

            Outra coisa interessante de citar é que a ideia original do Iñárritu em colocar o Johnny Depp vestido como um pirata fazendo uma alusão ao Jack Sparrow no final de Birdman era fantástica, uma pena que a Disney não deixou que isso ocorresse, pois sabemos que a carreira do Depp está seguindo o mesmo caminho do que aconteceu com o protagonista de Birdman.

            Birdman foi vencedor de quatro estatuetas no Oscar desse ano, melhor filme, melhor direção, melhor roteiro original e melhor fotografia. Como citado acima não farei uma análise mais aprofundada sobre o merecimento de tais estatuetas, pois ainda preciso assistir alguns dos filmes que concorreram ao Oscar de melhor filme esse ano, entre eles Boyhood citado acima e o aclamado Whisplash.

            A fotografia do filme realmente é algo espetacular dando a entender que não existem cortes, ou seja, a câmera caminha junto dos atores e esse efeito junto de um filme muito bem escrito e dirigido colaborou ainda mais para que o filme ganhasse tantos prêmios.

            O filme conta a história de Riggan (Michael Keaton) um ator que durante o final da década de 80 e inicio da década de 90 fez um filme de super-herói chamado Birdman e o quanto esse filme ainda se refletia na vida do mesmo. É impossível não fazer uma alusão à situação do próprio Keaton após estrelar Batman, durante esse mesmo período.

            Riggan está tentando mostrar que é um ator de talento além de um superstar que fez um blockbuster anos atrás. Para isso ele decide criar uma peça na Broadway com ajuda de Jake (Zach Galifianakis) seu agente, produtor, amigo, ou seja, o faz tudo que ajuda Riggan.

            A peça ainda nos seus ajustes finais quando Riggan decide tirar um ator da peça que não estava com uma atuação decente segundo Riggan e os outros atores da peça. Jake então questiona se Riggan queria algum ator famoso de Hollywood, porém a solução veio de outra atriz da peça Lesley (Naomi Watts) que propôs que eles chamassem para um teste Mike (Edward Norton) um ator com problemas de relacionamentos, mas cuja atuação é de tirar o fôlego.

            Os embates durante o filme entre Riggan e Mike são um dos pontos fortes do filme, justificando a indicação de Michael e Edward para a estatueta do Oscar de melhor ator e melhor ator coadjuvante respectivamente, mas nenhum dos dois levou o prêmio para casa.

            A filha de Riggan, Sam (Emma Stone) também rouba a cena, recém-saída da reabilitação, a mesma é um espírito livre e tem diálogos impactantes seja com o pai dela ou com Mike que ela acaba nutrindo uma paixão durante o filme. Nesse contexto é impossível não citar as cenas no topo do prédio com o Mike e a cena de quando Riggan encontra um cigarro de maconha com ela. Lembrando que a Emma foi indicada a estatueta de melhor atriz coadjuvante no Oscar desse ano.

            Os relacionamentos amorosos de Riggan também entram em questão em Birdman, o mesmo possui um affair com Laura (Andrea Riseborough) uma atriz que também faz parte da peça What We Talk About When We Talk About Love que Riggan atua e dirige na Broadway. Além disso, também existe a relação com a ex-esposa e mãe de Sam, Sylvia (Amy Ryan) mostrando o processo no qual levou a separação de ambos, e como ambos ainda são conectados apesar disso.

            Tanto a peça quantos as atuações dentro da peça de Riggan e Mike vão crescendo ao longo do filme. Além disso, Riggan que escuta vozes interiores de Birdman, está numa jornada para se reencontrar, cujas cenas que ele quebra o camarim ou mesmo a cena que ele está voltando de uma noite após ficar chapado são alguns exemplos de como Riggan e essa voz se conectam.

            Podemos supor que o motivo pelo qual o filme se chama Birdman já esteja totalmente elucidado, agora vamos explica a outra parte do título A Inesperada Virtude da Ignorância. A peça tem uma cena onde o personagem de Riggan se mata com um tiro na cabeça, porém na estreia da peça Riggan decide surpreender, e não apenas isso, e usar uma pistola de verdade na cena, porém ele atira no próprio nariz e não na cabeça. Esse feito foi chamado pelos críticos de teatro existentes no filme de A Inesperada Virtude da Ignorância, por isso a segunda parte do título.

Avaliação: 82/100